O aumento foi de 50%, no perÃodo de 2004 a 2011, bem superior ao da região Norte, segunda mais beneficiada pela ascensão social dos mais pobres, e cuja alta foi de 35%. O dado é do instituto Data Popular, especializado em pesquisas sobre as classes CDE.
De cada 10 brasileiros que entraram na classe C (renda domiciliar média de R$ 2.295), três são nordestinos. O avanço da região se deve a vários fatores. "Como a região tem uma base de pobreza muito grande, acabou mais impactada pelo programa Bolsa FamÃlia e pelo aumento real do salário minimo", explica Renato Meirelles, presidente do Data Popular.
Segundo ele, o aumento do poder aquisitivo também foi influenciado pelo crescimento da escolaridade na região, com a universalização do ensino médio e a maior penetração das universidades – o Nordeste liderou a abertura de faculdades no Brasil. "Isso tem uma influência positiva na renda, uma vez que para cada ano a mais de escolaridade, cresce em 15% o salário médio das pessoas", comenta Meirelles.
A exemplo do que aconteceu no resto do Brasil, também no nordeste se observou um expressivo crescimento da classe média nas cidades do interior – no PaÃs a alta foi de 28,3%. Para o presidente do Data Popular, está diminuindo a migração para os grandes centros urbanos, o que fortalece o consumo no interior do PaÃs.
Meirelles lembra também que as compras desse público está se sofisticando. A nova classe média adquire hoje mais produtos semiprontos, como hambúrguer e steak, pois a dona de casa entrou no mercado de trabalho. E compra mais itens de higiene e beleza, o que explica o crescimento dessas categorias acima do PIB nos últimos anos.
Para o especialista, o Nordeste vai continuar liderando o avanço da classe C nos próximos anos, em parte porque a base de pobreza ainda é grande (47% da população se mantém na classe D), mas também porque "a economia local vem crescendo a taxas chinesas."
O estudo foi baseado em pesquisa online com mais de 16 mil brasileiros e em dados da PNAD (Pesquisa Nacional de Amostragem de DomicÃlios) e da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar), ambas do IBGE.
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